quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Outlander a melhor forma de ser forasteiro...

By Leticia (Luthy) Sena
Sempre procuramos trazer dicas de bons livros, séries, filmes, jogos e músicas por aqui. Apesar do nosso sumiço essa premissa não mudou.
A dica de hoje é a série Outlander, produzida pela Starz e transmitida no Brasil pelos canais da Fox +  (primeira e segunda temporadas completas e a terceira em andamento) e Netflix (primeira e segunda temporada completas).
Esse é um seriado que está longe de ser apenas um romance histórico. Baseada na série de livros de mesmo nome, escritos por Diana Gabaldon, a história narra a trajetória de Claire Beauchamp Randall, uma enfermeira inglesa voluntária na Segunda Guerra Mundial, que ao fim deste conflito precisa reencontrar seu equilíbrio conjugal com Frank Randall, depois de cinco anos de separação em função da Guerra. Para isso o casal viaja ao coração da Escócia onde Frank além de aproveitar seu tempo com a esposa poderia saciar sua paixão pela história de sua família, através da figura de seu ancestral Jonathan "Black Jack" Randall, um capitão do exército britânico que atuou na no país durante o século XVIII.
Enquanto Claire utiliza seu tempo livre para aperfeiçoar seus conhecimentos nas artes da cura através das plantas.
Bom, na minha humilde opinião, só por essa breve introdução da história já fica claro que o casal Claire e Frank não terão muito futuro durante o desenvolvimento da história. Mas é aí que a coisa começa a ficar interessante, nesse ponto da história nossa protagonista é acidentalmente transportada para o já referido século XVIII.
Um momento ruim para ser estranha, inglesa, e de outra época em meio a Escócia às vésperas da fracassada tentativa de deposição do rei inglês Jorge II.

É claro que é no século XVIII que Claire encontrará seu coração e viverá as verdadeiras aventuras de sua alma. Conhecendo a vida e cultura dos clãs escoceses, entre homens e mulheres fortes cada um a seu modo, a protagonista descobrirá a violência de um tempo onde esposas e filhas eram submissas a seus maridos e pais de todas as formas, e estes viam-se entregues à reis insensíveis e conceitos de honra que em nossa sociedade consideramos apenas lendas.
É ao lado de Jamie Frazer um apaixonante escocês das terras altas, que Claire descobrirá mais sobre a vida do século XVIII e sobre si mesma.

Um dos pontos que acho muito interessante sobre a história em si, é como a série de TV retrata a protagonista, pois é perceptível um toque de feminismo no pensamento e nas ações da mesma, embora trate-se de uma mulher que atinge sua maturidade em 1945, época em que as moças eram ainda muito submissas a seus maridos e pais, Claire não é o tipo de garota que se contenta esperando o marido voltar da guerra enquanto se dedica aos afazeres domésticos, ela mesmo embarca no conflito e se submete todo o sofrimento e selvageria sangrenta que o combate poderia proporcionar. E quando a mesma encontra-se numa época passada, essa liberdade torna-se ainda mais visível, e trás consigo inclusive milhares de crises à sua jornada. Sua força, desejo de liberdade e independência são pontos que fazem com que a empatia com a personagem seja muito fácil.
 
Outro ponto que nos faz cair de amores pela trama, é a força do personagem de Jamie Fraser e ao mesmo tempo sua fragilidade. Jamie está longe de ser o homem perfeito, mas também está longe de ser um homem por quem todas as mulheres não se apaixonariam, sua coragem, fragilidade e lealdade a Claire estão todas muito ligadas, tornando impossível sabermos ao certo onde termina uma e começa a outra.
A série é simplesmente apaixonante, viciante, aquele tipo de programa que você não consegue parar de assistir e quando para só pensa naquela história, dorme e acorda vivenciando mentalmente aqueles acontecimentos fictícios. Mas como eu disse anteriormente o programa é baseado em uma sequência de livros, e a primeira coisa que chama atenção em relação aos livros é que se precisa de algum fôlego para a leitura, não que esta seja maçante, o que ocorre é que os livros são muito densos em relação a quantidade de volumes e páginas.
O primeiro ganha o sub título de A viajante do tempo, seguido de A libélula no âmbar e posteriormente temos O resgate no mar (no Brasil divido em duas partes que recebem o mesmo nome), Os tambores do outono (também dividido e duas partes), A cruz de fogo (igualmente dividido em duas partes), Um sopro de neve e cinzas (adivinhem? dividido em duas partes), Ecos do futuro (será que é? Sim, novamente dividido em duas partes.), e Escrito com sangue de meu próprio coração (ainda não comercializado no Brasil, então não podemos informar em quantas partes esse título será dividido). Ufa, são muitos livros!
Enfim as primeiras edições lançadas por aqui foram comercializadas pela editora Rocco há alguns anos, e começaram a ser relançadas pela editora Arqueiro com novas artes nas capas. As edições da Arqueiro são muito mais fáceis de encontrar (embora eu prefira as capas da Rocco), porém essas só repaginaram até a parte dois de A cruz de fogo, deste modo ainda aguardamos os lançamentos dos demais títulos.
E apesar da quantidade de livros, a autora ainda não terminou de contar a história de Claire e Jamie. A previsão é que a jornada se encerre no décimo volume (e eu acredito que na parte dois do décimo livro).
É claro que a quantidade de livros e o tamanho dos mesmos pode ser um pouco desencorajadora para um leitor desprevenido, e também não posso garantir uma leitura espetacular em todos os volumes, pois ainda estou em O resgate no mar parte dois, mas para quem não curte muito a leitura, a série de TV até agora tem oferecido uma adaptação encantadora, tentando muito manter adaptação televisiva bem fiel aos livros na medida do possível, embora é claro, isso nem sempre seja possível.
É importante ressaltar que não se trata de uma série de censura livre, contendo milhões de cenas de nudez, sexo e violência de vários tipos.
Enfim, apaixonante, surpreendente, encantadora, histórica, e irremediavelmente viciante, é uma daquelas histórias que você começa a descobrir e tenta obrigar todos a sua volta a acompanhar junto. Super recomendo tanto os livros quanto a série, e se não gostarem dos livros me enviem que serão muito bem aproveitados pela minha pessoa. ;)

Obrigada por acompanharem e até a próxima! Afinal, quem sabe o que mais pode sair desse canal...