By Tad Sena
A expectativa pelo lançamento de Episódio VII – O Despertar da Força era
gigantesca, principalmente, além da apresentação de novos personagens que
atribuiriam uma nova dinâmica à série e renovariam o universo Star Wars, pelo
retorno de antigos e consagrados ícones da franquia. De repente,
personificou-se um saudoso e maravilhoso deja-vù onde ressurgiriam triunfantes Han Solo, Lea, Chewbacca e, o mais
esperado e celebrado de todos, Luke
Skywalker, o último Cavaleiro Jedi,
responsável pela queda do Império Galáctico
e redentor de seu pai, Anakhin Skywalker,
por fim recuperado da figura dantesca de Darth
Vader. A ansiedade, decerto, tinha dimensões galácticas e cada dia de
espera durava mais que o congelamento de Solo
em carbonita.
Curiosamente, o deja-vù foi além
disso. Tínhamos, como em Uma nova
esperança, a busca de um personagem misteriosamente importante, exatamente
como Ben Kenobi em Tatooine, que guardava um importantíssimo segredo que
poderia subverter todo o contexto político da galáxia, oculta tais informações
num droide, como fora com R2-D2, que coincidentemente
é deixado à própria sorte num planeta deserto, acaba parando nas mãos de um dos
protagonistas da trama que coincidentemente,
desconhece sua linhagem e desenvolve misteriosa e coincidentemente os poderes da Força sem sequer passar pelo árduo
treinamento pelo qual os Cavaleiros Jedi
passam desde que são pequenos padawans.
Ou os planetas do universo Star Wars são
muito pequenos ou as microlidians
trabalham ocultas para que a Força encaminhe e os reúna os protagonistas.
Temos ainda um sith que ainda não terminou seu
treinamento e, para isso, precisa eliminar alguém importante para si – Vader a Obi-Wan, Kylo Ren a Solo – e um líder supremo que aparece
apenas em holograma! O Grande Mestre Jedi
encontra-se exilado – Yoda em Dagoba, Luke no incógnito planeta do primeiro templo Jedi que, coincidentemente,
são extremamente úmidos! A Starkiller inequivocamente
é um upgrade da Estrela da Morte e destrói, apenas para exibição de poder, um
planeta importante, causando enorme comoção na galáxia, Coruscant, bem como fora Naboo
no Episódio IV – e me pergunto
como, depois da queda do Império, a Primeira
Ordem encontrou recursos para criar e construir uma arma maior e mais
poderosa, além de não se fragmentar, uma vez que o Imperador, que era o ponto de convergência de toda a sua rede
administrativa, havia sido derrotado (mas aspectos políticos e econômicos da
queda de Palpatine são tema para
outros textos...)
Entre tantas coincidências, resta-nos esperar pelo mistério. Esse recurso
narrativo, do presente de histórias incógnitas, de fatos pouco explicados e
entrecortados de digressões coincidentemente
também já foi utilizado em Uma Nova
Esperança, onde um desconhecido Darth
Vader surge de entre a fumaça dos disparos dos Stormtroopers questionando que “se era aquela uma nave diplomática,
onde estaria o embaixador...?” A esperança – Uma nova esperança? – é que, entre
todos os flashbacks de O Despertar da Força, apareçam
trajetórias originais que catapultem o agora aguardado Episódio VIII ao desconhecido, como o Dagoba de Yoda ou a Cidade das Nuvens de Lando Kalrisian. A expectativa está em
saber quem é Rey que, como Luke outrora, vive num planeta marginal
e convive com contrabandistas e é, quase por acaso, envolvida na luta contra o
Império – não é à toa que a Millenium
Falcon estava em Jakku, como
estava em Tatooine. Esperemos que a Lucas Film, agora subsidiária da Disney (?) nos guie pelos meandros da Força como outrora fez George Lucas na aclamada trilogia
original e que toda a nossa paciência e ansiedade não seja malograda como em A Ameaça Fantasma. Sim, certamente,
alguém perderá a mão e a terá substituída por uma prótese biônica, mas não há
como falar em exaustão criativa numa franquia que não lança nada desde A Vingança dos Sith .
May the Force be with us.
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