quarta-feira, 16 de março de 2016

A Força entre o deja-vù e o mistério: coincidentemente...

By Tad Sena

A expectativa pelo lançamento de Episódio VII – O Despertar da Força era gigantesca, principalmente, além da apresentação de novos personagens que atribuiriam uma nova dinâmica à série e renovariam o universo Star Wars, pelo retorno de antigos e consagrados ícones da franquia. De repente, personificou-se um saudoso e maravilhoso deja-vù onde ressurgiriam triunfantes Han Solo, Lea, Chewbacca e, o mais esperado e celebrado de todos, Luke Skywalker, o último Cavaleiro Jedi, responsável pela queda do Império Galáctico e redentor de seu pai, Anakhin Skywalker, por fim recuperado da figura dantesca de Darth Vader. A ansiedade, decerto, tinha dimensões galácticas e cada dia de espera durava mais que o congelamento de Solo em carbonita.

Curiosamente, o deja-vù foi além disso. Tínhamos, como em Uma nova esperança, a busca de um personagem misteriosamente importante, exatamente como Ben Kenobi em Tatooine, que guardava um importantíssimo segredo que poderia subverter todo o contexto político da galáxia, oculta tais informações num droide, como fora com R2-D2, que coincidentemente é deixado à própria sorte num planeta deserto, acaba parando nas mãos de um dos protagonistas da trama que coincidentemente, desconhece sua linhagem e desenvolve misteriosa e coincidentemente os poderes da Força sem sequer passar pelo árduo treinamento pelo qual os Cavaleiros Jedi passam desde que são pequenos padawans. Ou os planetas do universo Star Wars são muito pequenos ou as microlidians trabalham ocultas para que a Força encaminhe e os reúna os protagonistas.
Temos ainda um sith que ainda não terminou seu treinamento e, para isso, precisa eliminar alguém importante para si – Vader a Obi-Wan, Kylo Ren a Solo – e um líder supremo que aparece apenas em holograma! O Grande Mestre Jedi encontra-se exilado – Yoda em Dagoba, Luke no incógnito planeta do primeiro templo Jedi que, coincidentemente, são extremamente úmidos! A Starkiller inequivocamente é um upgrade da Estrela da Morte e destrói, apenas para exibição de poder, um planeta importante, causando enorme comoção na galáxia, Coruscant, bem como fora Naboo no Episódio IV – e me pergunto como, depois da queda do Império, a Primeira Ordem encontrou recursos para criar e construir uma arma maior e mais poderosa, além de não se fragmentar, uma vez que o Imperador, que era o ponto de convergência de toda a sua rede administrativa, havia sido derrotado (mas aspectos políticos e econômicos da queda de Palpatine são tema para outros textos...)


Entre tantas coincidências, resta-nos esperar pelo mistério. Esse recurso narrativo, do presente de histórias incógnitas, de fatos pouco explicados e entrecortados de digressões coincidentemente também já foi utilizado em Uma Nova Esperança, onde um desconhecido Darth Vader surge de entre a fumaça dos disparos dos Stormtroopers questionando que “se era aquela uma nave diplomática, onde estaria o embaixador...?” A esperança – Uma nova esperança? – é que, entre todos os flashbacks de O Despertar da Força, apareçam trajetórias originais que catapultem o agora aguardado Episódio VIII ao desconhecido, como o Dagoba de Yoda ou a Cidade das Nuvens de Lando Kalrisian. A expectativa está em saber quem é Rey que, como Luke outrora, vive num planeta marginal e convive com contrabandistas e é, quase por acaso, envolvida na luta contra o Império – não é à toa que a Millenium Falcon estava em Jakku, como estava em Tatooine. Esperemos que a Lucas Film, agora subsidiária da Disney (?) nos guie pelos meandros da Força como outrora fez George Lucas na aclamada trilogia original e que toda a nossa paciência e ansiedade não seja malograda como em A Ameaça Fantasma. Sim, certamente, alguém perderá a mão e a terá substituída por uma prótese biônica, mas não há como falar em exaustão criativa numa franquia que não lança nada desde A Vingança dos Sith
May the Force be with us.

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