By Leticia Sena
"Nós vamos ser muito respeitosos com o material, vamos
nos inspirar na obra", disse Christian
Cantamessa, roteirista do jogo, ao site da revista Game Informer em 2013.
"Mas será a nossa visão dessa saga".
Acho que “inspirar” é de fato a palavra mais correta. Embora
a história seja muito bem trabalhada, e a jogabilidade do game esteja muito
perto do desejoso impecável, fica bem claro que a Warner não tem todos os direitos da obra de Tolkien. Vemos isso com clareza no jogo quando percebemos que
alguns dos inimigos se parecem muito com as descrições de criaturas feitas na
obra do professor, porém, são nomeadas de forma muito diferente como é o caso
dos Wargs dos livros, em relação aos Caragors do jogo.
A cronologia da história se passa na Terra-Média entre o livro O
Hobbit e O Senhor dos Anéis, onde
você tem a oportunidade de jogar com um “guardião genérico” chamado Talion, cuja família foi assassinada por
um general de Sauron chamado Mão Negra em um ritual que aparentemente
de forma acidental trás Talion de
volta a vida, porém, com uma estranha ligação com um grande senhor élfico, cujo
nome eu não revelarei, pois, é uma das coisas que dão um tom de mistério sobre
boa parte do jogo.
Pode-se perceber que os comandos do jogo são bem parecidos
com o da série Batman Arkham, os
personagens são facilmente controlados com movimentações bem simples. Embora
não pareça, o jogo tem um nível de dificuldade bem interessante. O que deixa a
experiência ainda mais emocionante é o sistema de pirâmide feito para organizar
o exército de orcs, cada vez que Talion é morto por um orc, por mais simples que ele seja, a
patente deste aumenta.
O jogo na verdade tem muitos dos aspectos dos filmes, existe
uma cena específica que nos lembra muito o “exorcismo” de Théoden em As duas torres.
O que torna a história ainda mais interessante é o fato de
você não saber exatamente o que aconteceu com Talion, nem o que vai acontecer quando este finalmente se encontrar
com famoso Mão Negra.
Os momentos de descontração dentro do jogo estão ligados
principalmente à exploração do cenário ao melhor estilo mundo aberto, o
recolhimento dos itens, que são de dois tipos, ambos muito interessantes, um
deles chamado de ithil que na verdade
são as inscrições e os desenhos de um belo mural élfico. E o segundo tipo são
antigos artefatos contendo memórias que ajudam a contar a história da Terra-Média e do jogo e todos esses
itens estão muito bem marcados no mapa. É possível ainda fazer melhorias nas
armas, pois, cada general orc morto
disponibiliza uma runa nova que trará melhorias a espada, adaga ou arco e você
ainda pode abrir mais espaços para runas em seu armamento usando os pontos de
XP ganhos a medida que se recolhe os itens no cenário.
Os itens de recuperação de vida estão por conta de pequenas
plantas espalhadas pelo cenário, algumas fazem de fato parte do universo de Tolkien, enquanto outras ficaram por
conta da criação dos produtores do jogo.
O game ainda conta com uma ótima dublagem e citações
emocionantes (para quem está familiarizado com a obra de Tolkien), de grandes e importantes personagens como por exemplo Morgoth, ser sobrenatural a quem Sauron seria subordinado, apresentado no
livro O Silmarillion.
E para quem tem o pé atrás com jogos da nova geração que saíram
também para a antiga, vai aqui o meu alerta: as únicas diferenças entre o jogo
do XBOX 360 para o jogo do PS4, por exemplo, é uma pequena melhoria gráfica, e
o loding, que na nova geração é um pouco mais rápido.
Infelizmente ainda
não consegui chegar ao final do game, apenas, em função das correrias do
cotidiano e da maternidade que diminuíram meu tempo de gameplay, mas a jogatina
tem valido muito a pena, e o jogo se mostra viciante de tal forma que é
possível passar um dia inteiro jogando e não se cansar.Mesmo sendo fã ferrenha de Tolkien e enxergando no jogo suas muitas irregularidades em relação aos escritos do autor, achei o game muito bom. Na verdade muito superior a todos os outros que já tinha visto tentarem abordar esse tema e esse universo. Disponível para XBOX 360, XBOX ONE, PS3, PS4 e PC.
Espero que tenham gostado. Até a próxima Mellons!
Eu joguei e zerei do de PS4 e tem uma diferença brutal, em loading, grafico, quest, e outras coisa que foram limadas da versão da geração antiga. E o sistema Nemesis do jogo foi simplificado ao maximo.
ResponderExcluirhttp://www.brasilgamer.com.br/articles/2014-12-28-ainda-na-geracao-passada-middle-earth-shadow-of-mordor
Ae mano Sandman, dando um olá por aqui e prestigiando os balrogs. Valeu pelo apoio de sempre, cara!
ExcluirEntão, como deixei claro no título a intenção era fazer uma análise APENAS desse título para o XBOX 360, uma vez que quase não joguei as versões da nova geração. Por isso não me aprofundei nas diferenças entre um e outro (tanto que até esqueci de falar da diferença no sistema de Nemesis, que por sinal manteve o mesmo nível dificuldade das outras plataformas, com grandes mudanças apenas nas questões gráficas). O que espero que o público perceba é que mesmo com essas diferenças, vale muito a pena pagar pelo game lançado para a antiga geração. Afinal não é preciso ter um console de última geração para se divertir com um jogo. ;)
Abraços e valeu pela apreciação!
Leticia Sena