quarta-feira, 23 de março de 2016

O fascinante Egito de Ramsés II por Christian Jacq

By Leticia Sena

"Eu a saúdo, luz que sai das águas primordiais, que aparece no dorso da terra, que ilumina as duas terras com a sua beleza; é a alma viva que chega a existência por si própria, sem que ninguém conheça a sua origem. Atravessa o céu sob a forma de um falcão de plumagem matizada e afasta o mal. A barca da noite está a sua direita, a barca do dia está a sua esquerda, a tripulação da barca de luz está exultante."


Essa é uma saudação ao sol, pronunciada por Ramsés II no livro "A Batalha de Kadesh" de Christian Jacq. É um dos meus livros preferidos, umas das histórias que mais me prenderam e uma das épocas que mais amei visitar. A história é apresentada numa série de 5 livros denominados: Ramsés: o filho da luz, Ramsés: o templo de milhões de anos, Ramsés: a batalha de Kadesh, Ramsés: A dama de Abu-Simbel e o encerramento da série em Ramsés: Sob a acácia do ocidente.

O primeiro livro é o meu preferido, ele apresenta Ramsés de uma forma diferente, bem mais novo, inserido num grupo de amigos onde cada um possui um sonho profissional e uma habilidade e no qual o futuro faraó pouco se destaca.
Vemos nesse começo Set I primeiro preparar o filho secretamente para assumir o trono do Egito, uma vez que tradicionalmente esse encargo deveria ser transmitido a seu filho mais velho, o intrigante Chénar. Além do trono do Egito, Ramsés e seu irmão competem também pela atenção da jovem Iset, a bela.
Aos poucos vemos outros personagens históricos sendo introduzidos na narrativa, como a grande esposa real de Ramsés, Nefertari; o filho do faraó Merneptah e até mesmo o grego Homero.
Os livros foram lançados em 1995, porém, só chegaram em terras tupiniquins em 2005, pela editora Bertrand Brasil.

O que mais me encanta na narração de Christian Jacq é a fidelidade histórica com que ele transmite os acontecimentos da vida do faraó. É claro que existem alguns pontos polêmicos, como a existência de Chénar, a falta de parentesco de Nefertari com Ramsés (para quem não sabe, os faraós se casavam com as próprias irmãs e apenas elas poderiam ser suas grandes esposas reais, uma vez que não existia entre as mulheres comuns, uma que fosse digna de gerar os futuros governantes, já que eles eram considerados divindades), o papel extremamente secundário que a legitima irmã do monarca Dolente desempenha na história, e presença do próprio Homero no Egito dessa época.
Apesar desses fatos, por ser egiptólogo Christian Jacq trás a história informações realísticas de uma forma fácil e gostosa de acompanhar. É muito simples se apaixonar por Ramsés, por Set I e por Nefertari, e mais fácil ainda se imaginar no Egito de 5 mil anos atrás...
O autor Christian Jacq.

Os pontos negativos da série se concentram no fato de que muitas vezes, a narração dar uma certa impressão novelística, pois, muitos dos acontecimentos giram em torno de intrigas para tirar ou prejudicar o reinado de Ramsés. Eu particularmente amo a série, li o primeiro livro diversas vezes, e adquiri pelo personagem principal um carinho que marcou a minha decisão profissional e influência a minha carreira até hoje.

Informações históricas

 

A esquerda a múmia do faraó Ramsés II e a direita a múmia de seu pai Set I
Fonte                                                                           Fonte

Ramsés II foi o segundo faraó da décima nona dinastia (única informação histórica correta presente no filme A múmia, de 1999 escrito e dirigido por Stephen Sommers e estrelado por Brendan Fraser, Rachel Weisz, John Hannah, Kevin J. O'Connor e Arnold Vosloo), um dos mais conhecidos, ricos e poderosos dos faraós. Morreu com 86 anos e governou o Egito por quase 67.
Em seu reinado cunhou-se o primeiro tratado de paz que se tem história, estabelecido entre o egípcios e hititas (considerada outra grande potência da época), após uma das batalhas mais épicas da antiguidade: a famosa batalha de Kadesh.
Seu amor pela esposa Nerfertari foi eternizado em várias homenagens pelo Egito afora, inclusive no templo dedicado a mesma Abu-Simbel.
Seu pai Set I, foi o primeiro a adotar o nome do deus egípcio do caos, pois acreditava ser forte o suficiente para controlar a força do mesmo.
Os dois foram governantes muito poderosos, ricos e importantes do Antigo Egito e seu período de governo, foi marcado pelo ápice de força e desenvolvimento dessa civilização.
Espero que tenham gostado dessa viagem pela história e pelo Egito antigo. Até a próxima melons!

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